o que é e para que serve playbook contratos

Diversas tem sido as iniciativas na busca de inovação na gestão estratégica de departamentos jurídicos. Dentre os elementos de destaque estão as iniciativas que buscam melhorar a eficiência por meio de uniformização de procedimentos e coleta e compartilhamento de informações entre o departamento jurídico e a gestão das organizações.

A necessidade de integração entre os departamentos jurídicos e as áreas de negócios das companhias onde atuam não é um tema novo. Há muito se discutem formas de aproximar o jurídico interno das áreas de negócio, aumentando a eficiência e celeridade a partir do aprofundamento pelos advogados do conhecimento sobre a empresa e a realidade dos negócios.

Entretanto, muito se perde em termos de eficiência se o mesmo caminho não é percorrido pelas áreas de negócio, ou seja, quando o jurídico interno não investe em políticas que aumentem a transparência sobre seus procedimentos e o conhecimento das áreas de negócio sobre o seu funcionamento e suas operações, especialmente quando tratamos de negociações de contratos.

Não raro, negociações de contratos se arrastam por meses, com diversas idas e vindas de minutas, muitas vezes com questões que poderiam facilmente ser endereçadas pela própria área comercial, se esta estivesse munida de informações sobre a atuação do jurídico, políticas corporativas, limites de atuação nas negociações e fluxos internos de aprovações.

Criar um sistema para a troca dessas informações pode parecer complexo, mas se torna muito simples e intuitivo com a utilização do Playbook de Contratos. Conceito importado da gestão esportiva e comercial e que a cada dia ganha mais espaço dentro das corporações, o Playbook consiste em um guia de ações baseado na estratégia a ser adotada pelo público ao qual o guia se destina.

Nesse contexto, o Playbook de Contratos nada mais é do que um guia que reúne em um só lugar as informações que as áreas de negócio precisam para uma condução eficaz e célere das negociações de contratos, ganhando autonomia e eliminando etapas desnecessárias no desenrolar da negociação.

Parte-se da análise das principais minutas utilizadas pela empresa, destacando, cláusula a cláusula, o racional por trás de cada recomendação do departamento jurídico, limites de negociação pela área comercial, eventuais redações alternativas que podem ser propostas e, em alguns casos, até mesmo o fluxo para escalonamentos e aprovações, sempre considerando as políticas internas e estratégia da companhia.

Além do óbvio ganho de eficiência no direcionamento das áreas comerciais, identificamos através dos projetos já implantados que o Playbook também tem se mostrado ferramenta importante em outras frentes no que se refere à compartilhamento de conhecimento dentro do próprio departamento jurídico.

As companhias que o adotam têm contado com o Playbook, também, como ferramenta na integração de novos advogados, para familiarização destes profissionais com as políticas e estratégias da companhia e como guia de consulta rápida para execução do trabalho diário. Desta forma, o Playbook se torna ferramenta complementar aos existentes programas de Onboarding, por vezes até substituindo treinamentos mais custosos e de eficácia limitada.

Por fim, cumpre destacar que o Playbook não elimina a necessidade de participação do advogado, tampouco distancia estes profissionais de seu importante papel nas negociações de contratos. Pelo contrário, o entendimento do racional por trás da atuação do departamento jurídico tende a aproximá-lo das áreas de negócio, a medida em que tais áreas passam a perceber a celeridade adquirida em seus processos ao acionar o departamento jurídico para questões efetivamente relevantes, elevando-o a figura de verdadeiro Business Partner e não de criador de entraves e/ou desacelerador de negociações.

 

 

 

 

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